OUTRO LADO: Empresa alega que décadas de estudo provam que produto é seguro para ser humano
Um júri do Missouri, nos Estados Unidos) determinou que a Bayer pague US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 7,6 bilhões) a quatro pessoas que alegaram que o herbicida Roundup da empresa causou lesões e doenças, incluindo câncer.
A decisão pode intensificar a pressão dos investidores sobre a empresa alemã de medicamentos e produtos químicos agrícolas para mudar sua estratégia jurídica.
O júri do condado de Cole, Missouri, concluiu na sexta-feira (17) que a Monsanto, empresa da Bayer, é culpada pelas alegações de negligência, defeitos de design e por não alertar os demandantes sobre os potenciais perigos do uso do Roundup, de acordo com documentos judiciais.
Valorie Gunther, de Nova York, Jimmy Draeger, do Missouri, e Daniel Anderson, da Califórnia, receberam um total combinado de US$ 61,1 milhões (R$ 299,3 milhões) em indenizações compensatórias e US$ 500 milhões (R$ 2,44 bilhões) cada em indenizações punitivas.
Cada um deles foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin, que alegaram ter sido causado pelo uso do Roundup em suas propriedades familiares. A esposa de Draeger, Brenda, recebeu US$ 100 mil (R$ 489,87 mil) pelos danos que alegadamente sofreu com a doença de seu marido.
Os danos punitivos podem ser reduzidos em recurso, pois excedem a orientação da Suprema Corte dos Estados Unidos.
A Bayer afirmou que décadas de estudos mostraram que o Roundup e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros para uso humano.
A decisão é a quarta derrota consecutiva nos tribunais para a Bayer, depois de a empresa ter sido considerada isenta de responsabilidade em nove julgamentos consecutivos. No início deste mês, a Union Investment, um dos 10 principais acionistas da Bayer, pediu à empresa que considerasse tentar negociar com os demandantes para resolver mais casos.
A Bayer disse em comunicado que possui argumentos sólidos para reverter as decisões recentes em recurso.
AÇÕES EM QUEDA
Após a decisão, as ações da Bayer caíram 18,9% nesta segunda-feira (20), atingindo o seu nível mais baixo em 14 anos.
Além da condenação, a empresa também descartou um grande estudo em estágio final que testava um novo medicamento anti-coagulante.
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